Após uma tarde chuvosa em Maceió nesta quinta-feira (18), uma grande mancha escura voltou a aparecer na orla da capital alagoana. Não é a primeira vez que o problema é visto nas praias urbanas, mas dessa vez, além da Jatiúca, ela surgiu também em um trecho da Pajuçara.
Em maio de 2015, a mancha ficou concentrada na praia de Jatiúca. Em outra ocasião, em dezembro do mesmo ano, a sujeira voltou a aparecer na Jatiúca, mas se estendeu até Cruz das Almas, em um trecho de cerca de 25 quilômetros.
Jatiúca (Foto: Alane Rodrigues/Arquivo pessoal)
O casal Sérgio e Juceli Machado veio de Curitiba para passar férias em Maceió. Eles estavam surpresos com o que encontraram no primeiro dia na cidade.
“É nossa primeira vez aqui. Não estava assim quando a gente chegou. Até o cheiro é ruim. É péssimo chegar e encontrar um lugar tão bonito desse jeito”, lamenta Sérgio, que passeava com a esposa na Pajuçara.
A Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente (SEMPMA) informou que encaminhou técnicos ao local para coletar amostras da água do mar a fim de identificar o que causou o fenômeno. A secretaria afirmou que comunicou o fato à Polícia Federal, já que praia é uma área de responsabilidade da União.
Das duas vezes em que a mancha surgiu no mar de Maceió, exames constataram que esgotos lançados clandestinamente nas praias estavam causando a poluição. A última análise relacionada ao problema apontou, inclusive, alto índice de coliformes fecais na Jatiúca.
Segundo a SEMPMA, o problema tem origem nos esgotos ligados às galerias de água pluvial, que deveriam levar para o mar apenas água da chuva. A secretaria afirma que enquanto não for resolvida a questão do esgotamento sanitário, o problema deve persistir.
O ambulante Raimundo Luna da Silva, que trabalha na praia, lamenta a situação. “Vai acabar com os turistas. Eles se assustam com isso. Jogam esgoto na galeria de água da chuva, ela não é para isso. Isso afasta os turistas”.
PF busca responsáveis
No início do mês, policiais federais realizaram uma operação para dar cumprimento a 19 mandados de busca e apreensão de documentos em condomínios, administradoras e construtoras em Maceió e no interior. O objetivo era comprovar a responsabilidade pela mancha escura nas praias.
Os mandados para a ação de busca e apreensão, denominada Operação Sauron, foram expedidos pela 2ª Vara da Justiça Federal em Alagoas. A PF informou à época que Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) tem responsabilidade criminal por omissão pelo surgimento da mancha escura na orla de Maceió.
Na ocasião, a Casal rebateu a acusação e disse que a poluição nas praias é proveniente dos efluentes que chegam às galerias de águas pluviais, que são de responsabilidade do Município.
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