A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL) informou, nesta quinta-feira (17), que mais de 1.500 jovens negros foram assassinados em Alagoas no ano de 2015. O número foi apresentado em uma audiência pública para discutir assuntos como discriminação racial, intolerância religiosa e crimes homofóbicos e raciais.
O evento faz parte de uma série de ações relacionadas ao Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro.
Segundo o presidente da Comissão da Promoção da Igualdade Social, Alberto Jorge, o número deixa Alagoas pelo segundo ano consecutivo como o estado em que há maior número de homicídios contra jovens negros.
“Temos muitos fatores que levam a essa realidade. Apesar das muitas conquistas, que claramente devem ser exaltadas, a falta de políticas públicas é evidente. Quando deixamos de atuar nas comunidades negras e periféricas, ou temos uma atuação limitada, perdemos nossa juventude para a criminalidade. A falta de qualificação e o desemprego caminham ao lado do tráfico, por exemplo. É preciso investimento, cuidado e motivação para que o crime não vença”, disse o Alberto Jorge.
Audiência pública faz parte das atividades que celebram a Consciência Negra (Foto: Ascom/OAB)
A secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos, Cláudia Simões, ressaltou o desejo de uma sociedade sem racismo ou qualquer tipo de preconceito e intolerância.
“Eu tenho um caso de uma senhora que está em depressão, de moderada para grave, porque a filha está noiva de um negro e ela é uma menina branca que tem doutorado. Vocês imaginam como ainda posso receber um caso desse? Nossa sociedade ainda permanece doente em vários sentidos de desequilíbrio e este é um deles”, relatou a piscicóloga.
Após a audiência, a Comissão pretende produzir um documento que será entregue às autoridades competentes, locais e nacionais, com o objetivo de desenvolver ações conjuntas para a solução para a desigualdade, discriminação e conflitos, além da violência que continua vitimando gravemente a população afrodescendente.
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