O presidente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal), Clécio Falcão informou que dos 77 municípios alagoanos atendidos pela Casal, 22 estão em crise hídrica e que Maceió poderá sofrer com rodízio d’água nos próximos meses. Falcão falou sobre o assunto ao repórter Edson Moura, da TV Pajuçara, em reunião que acontece nesta manhã no Palácio República dos Palmares para discutir a falta d’água no Estado.
Outro dado alarmante divulgado hoje é que 86% das cidades alagoanas estão em estado de seca extrema.
Participam da reunião, promovida pela Defesa Civil, com a participação do Instituto do Meio Ambiente, Secretaria de Recursos Hídricos e outros membros do comitê. Palmeira dos Índios é uma das cidades que chama a atenção do comitê, uma vez que seus reservatórios estão com apenas 50% da capacidade máxima para abastecimento.
Na semana passada, o TNH1 e a TV Pajuçara mostraram o drama da falta d’água nas cidades da Zona da Mata, com situações mais drásticas em cidades como União dos Palmares, onde vários bairros já vivem a realidade do rodízio.
Foto: Eduardo Holanda
SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Em agosto deste ano o Governo de Alagoas decretou situação de emergência em 40 municípios do estado, por um período de 180 dias, por causa da seca e da falta de chuva nas regiões.
Na época, os decretos publicados no diário oficial afirmavam que a falta de chuva que assolava os municípios da região semiárida alagoana provocou a diminuição de água nos reservatórios que abastecem as cidades, o que provocou impactos significantes na agricultura e pecuária. Além da dificuldade no abastecimento de água para o consumo da população e dos animais.
Os municípios que tiveram situação de emergência decretadas foram: Água Branca, Arapiraca, Batalha, Belo Monte, Cacimbinhas, Canapi, Carneiros, Coité do Nóia, Craíbas, Delmiro Gouveia, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Girau do Ponciano, Igaci, Igreja Nova, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jaramataia, Lagoa da Canoa, Major Izidoro, Maravilha, Mata Grande, Minador do Negrão, Monteirópolis, Olho D’Água das Flores, Olho D’Água do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Palmeira dos Índios, Pão de Açúcar, Pariconha, Poço das Trincheiras, Piranhas, Quebrangulo, Santana do Ipanema, São Brás, São José da Tapera, Senador Rui Palmeira e Traipu.
REPORTAGEM DO TNH1 ALERTOU PARA O PROBLEMA NA CAPITAL
Reportagem veiculada pelo TNH1 em maio deste ano mostrava o risco de um colapso no abastecimento d’água em Maceió.
A matéria “250 mil à beira do colapso: crise hídrica avança, degrada reservas e cria ‘ilhas’ de desabastecimento em Maceió”, do editor Lelo Macena, venceu o prêmio Octávio Brandão de Jornalismo Ambiental.
A reportagem mostrou a realidade de bairros como Pescaria, no Litoral Norte de Maceió, às margens do Rio Meirim, onde a população já convive há anos com a escassez de água.
O abastecimento insuficiente fez surgir personagens como Fernando Silva Calheiros, que faz ‘as vezes’ da Casal na localidade. Ele administra um poço que abastece cerca de 300 famílias.
Há 8 anos, percebendo a dificuldade para o abastecimento da localidade, principalmente dos moradores da Grota do Andraújo, em Garça Torta, Fernando decidiu cavar um outro poço. “As pessoas tomavam água de cacimbas que eram construídas perto de fossas”, lembra o comerciante.
“Perfurei o primeiro poço aqui nos fundos da minha casa, um cacimbão de 70 metros de profundidade. Vendia a lata de água a R$ 0,10”, conta Fernando. À época, para conseguir água era necessário caminhar cerca de 3 quilômetros a pé.
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