O Conselho Regional de Odontologia de Alagoas (CRO) denunciou, após diversas fiscalizações a estabelecimentos odontológicos, a atuação de falsos dentistas em Maceió. Com o apoio da Vigilância Sanitária Municipal, o órgão conseguiu a interdição de três ‘consultórios’ que funcionavam de forma irregular, no fim do ano passado.
De acordo com o presidente do CRO, João Alfredo, dois auxiliares de prótese atuavam clandestinamente como dentistas nos bairros Levada e Ponta Grossa. Neste último, outro falso dentista foi identificado ofertando diversos serviços odontológicos sem nenhum registro profissional na área.
O ‘odontólogo Negão do Apê’, como exibia a placa do estabelecimento na Ponta Grossa, foi impossibilitado de atuar e teve o local interditado pela Vigilância Sanitária, mas, segundo informações do Conselho, continua funcionando.
Segundo João Alfredo, mesmo com o ‘consultório’ do falso odontólogo interditado pela Vigilância, a população continua a ser atendida e entra no estabelecimento por uma brecha improvisada na porta.
“Esse caso é o mais grave, porque é uma questão séria de saúde pública. Essas pessoas, mesmo sabendo da interdição, se sujeitam a procedimentos odontológicos realizados por alguém que não é profissional na área, em um local que não tem nenhuma condição sanitária e já foi interditado”, alertou.
O presidente disse que, durante fiscalização nas clínicas clandestinas, foram encontradas diversas irregularidades sanitárias. Além da falta de habilitação profissional para procedimentos de odontologia, foi constatado “um descaso total com esterilização e descarte de material de forma incorreta”.
O caso, de acordo com o presidente, já foi comunicado à Polícia Civil e está sendo investigado inicialmente com base no crime de exercício ilegal da profissão. “É um crime que envolve outros crimes, porque põe em risco a saúde pública. A população está sujeita a contrair doenças sérias, como hepatite B, HIV e diversas infecções”, observou João Alfedo.
A Vigilância Sanitária informou que, após interditar o estabelecimento, recolheu a placa que identificava o local como uma clínica odontológica e não tem confirmação de que o local ainda estaria funcionando.
Segundo o órgão de fiscalização, o falso dentista realizava os atendimentos em casa e, por isso, os fiscais não tinham poder para entrar no local, sendo a polícia a instituição que poderá agir diante dessas condições.
Quanto aos dois casos em que auxiliares de prótese atuavam como dentistas, o Conselho de Odontologia informou que os profissionais estão registrados no órgão e respondem a processos administrativos, que podem resultar em multa e suspensão de licença para exercer a profissão.
João Alfredo alertou, ainda, que a população que deseja receber atendimento odontológico consulte o Conselho para verificar se o profissional em questão possui habilitação para atuar. As informações podem ser obtidas por meio do número 3221-1726.
Fonte: Tudo Na Hora
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