Alagoas

14 de dezembro de 2014

última atualização em 14 de dezembro de 2014 às 13:12

Estudantes são finalistas em prêmio nacional de miniempresas‏

Foi pensando em criar um produto rentável economicamente e, ao mesmo tempo, sustentável, que estudantes do programa de Educação Básica e Educação Profissional (Ebep) do Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) criaram uma miniempresa.

Miniempresa reutiliza materiais para confeccionar embalagens (Foto: Micaelle Morais/G1)

Assim a Lemane S.A/E, que fabrica esmaltes a partir de maquiagens que seriam descartadas, foi o empreendimento selecionado para representar Alagoas no Prêmio Miniempresa, evento nacional que acontece entre os dias 14 e 17 de dezembro, na capital federal, Brasília.

Para o diretor do setor de embalagens da Lemane S.A/E, Melquisedeque Guimarães, 17, a chance de concorrer nacionalmente no prêmio de empreendedorismo acrescenta bastante à carreira profissional. “Além de palestras, no prêmio teremos oportunidade de ter contato com empresários e profissionais da área. São pessoas que já passaram pela mesma experiência que nós e que agora estão no mercado de trabalho”, diz.

A Lemane S.A/E surgiu há três meses, quando a Associação Junior Achievement do Brasil, com a proposta de levar o empreendedorismo para o público jovem, apresentou o programa de miniempresa na escola. Com o incentivo, o grupo de estudantes se interessaram em empreender, se reuniram, definiram tarefas e escolheram um produto para investir e comercializar.

“No início foi difícil, pensamos até em desistir. Mas fizemos uma boa pesquisa de mercado e percebemos que a indústria da beleza é uma das que mais está crescendo, até porque tem um bom alcance de público. Após tomarmos a decisão, escolhemos produzir esmaltes que deveriam ser produzidos de maneira que contribuísse para o meio ambiente”, conta Melquisedeque.

Negócio Sustentável
Com a ideia de produto definida, o desafio seguinte da Lemane foi escolher uma matéria-prima que pudesse ser reutilizada. “Inicialmente pensamos em usar frutas para fabricar os esmaltes, mas após testes químicos e dermatológicos, vimos que não daria certo. Então procuramos outro produto para dar coloração ao esmalte e encontramos a maquiagem. Ou seja, pegamos a maquiagem que as mulheres iriam descartar e reciclamos para colocar na fórmula do nosso produto, que acaba tendo o mesmo cheiro, mesma textura e mesma composição de um esmalte comum. Além de não ser tóxico”, explica uma das funcionárias da miniempresa, Isabel Melo, de 15 anos.

Funcionárias realizam procedimento de limpeza de
vidros reutilizados (Foto: Micaelle Morais/G1)

Além da composição à base de maquiagem, os vidros de esmaltes são reutilizados após um rigoroso processo de limpeza e as sacolinhas personalizadas, que podem ser adquiridas promocionalmente na compra de quatro produtos Lemane, são feitas com folhas de revista.

Exercício para empreender
Com 36 colaboradores ativos, que se dividem entre os cargos de presidente, diretores e funcionários de produção, e aproximadamente 470 esmaltes já produzidos desde o início do empreendimento, a Lemane funciona como uma oportunidade de vivenciar o funcionamento de uma empresa de verdade.

“Todo funcionário recebe um salário simbólico que varia de acordo com o setor. O diretor de finanças, por exemplo, recebe R$ 2, enquanto o presidente recebe R$ 2,50. Temos também café da manhã com os funcionários, as metas a serem alcançadas”, explica a presidente da miniempresa, Yanka Gabrielle, 16.

Além disso, os estudantes contam com auxílio de profissionais em diversas áreas, como produção, contabilidade e marketing. Assim, o grupo consegue desenvolver ações diferenciadas para alcançar o público. “Organizamos diversas ações no estado para vender os produtos. Já montamos stands em instituições, e também temos o diferencial de levar o produto a domicílio. Usamos um marketing mais animado, com as ‘lemanetes’, por exemplo, que ficam fantasiadas com plaquinhas chamando os clientes. Além de termos vendedores que estão a todo tempo em salões de beleza”, ressalta Melquisedeque Guimarães.

Com uma boa experiência para passar adiante, os funcionários da Lemane aconselham aqueles que gostariam de começar uma miniempresa. Segundo eles, quem está interessado em iniciar um negócio, antes de tudo deve fazer uma boa pesquisa de mercado para entender quais áreas valem a pena aplicar e quais produtos estão sendo mais vendidos.