Um esquema de emissão de falsos atestados começou a desmoronar depois que uma médica tomou conhecimento do uso indevido do seu nome e registro profissional por parte de funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tabuleiro do Martins, em Maceió.
A médica em questão atende em postos de saúde do município de Satuba, na Região Metropolitana de Maceió, onde o caso foi levado à polícia após orientação da Secretaria Municipal de Saúde.
“Tomei conhecimento, na data 17 de março, de que meu carimbo médico foi utilizado para emissão de atestados médicos falsos. Acredito que pode ter sido realizado um carimbo com meus dados ou que meu carimbo tenha sido extraviado em momento de trabalho, em seguida devolvido sem que eu tomasse conhecimento”, disse a médica ao registrar Boletim de Ocorrência (B.O.) no 14⁰ Distrito Policial de Satuba.
O esquema começou a ruir depois que um diretor da UPA do Tabuleiro entrou em contato com SMS de Satuba para confirmar a veracidade de três atestados médicos entregues por funcionários distintos e assinados pela mesma médica. “Ao ter acesso às fotos dos atestados, confirmei que nenhum deles foi feito por mim, divergindo tanto na caligrafia quanto na assinatura”, acrescenta a médica que teve o CRM usado indevidamente.
Outro ponto que chama atenção é que os atestados falsos foram assinados em datas em que a médica não estava trabalhando no serviço de saúde. “Eu não estava de plantão no serviço no qual os atestados supostamente foram fornecidos. Além disso, não constam nos registros da unidade atendimentos das referidas pacientes nas datas apresentadas”, reforça a médica no B.O. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil.
Com a descoberta do esquema, duas técnicas de enfermagem da UPA do Tabuleiro foram desligadas suspeitas de usarem atestados falsos para justificar ausência nos postos de trabalho.
O TNH1 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Satuba, responsável pela unidade onde o carimbo supostamente foi extraviado, e foi informado que a situação já está sendo apurada internamente.
“Não podemos fazer acusações, mas já fizemos reuniões para informar da gravidade do ocorrido com todos que atuam nas unidades de saúde. Quando fomos procurados pela direção da UPA do Tabuleiro, tivemos todo o cuidado de fazer uma apuração e quando confirmado pela médica que não se tratava de atestados emitidos por ela, orientamos que ela procurasse a polícia para registrar o crime e informamos para o diretor que tratava-se de atestados falsos, de modo que deveriam ser cancelados”, detalhou a secretária de Saúde de Satuba, Tainá Nobre.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), responsável pela UPA do Tabuleiro do Martins, também foi procurada e ficou de enviar uma nota sobre o caso.
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