O calor extremo e o tempo seco vêm ameaçando boa parte do país e promete continuar assim em diversas regiões. Em Alagoas, no entanto, os impactos da massa de ar seco afetando a região central do Brasil não devem vir a ser tão significativos, o que é uma preocupação a menos para os alagoanos.
Isto se dá, principalmente, pela proximidade do estado com o oceano Atlântico, como afirma o meteorologista da Secretária de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (SEMARH), Vinicius Pinho. “Alagoas não tem sofrido com a entrada de massa de ar seco muito intensa que tem atingido o Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país, principalmente pela posição geográfica do Nordeste. A gente está muito próximo do oceano Atlântico e sofre muita influência do oceano.”
Segundo ele, nesta época do ano, o estado ainda sofre influência de um sistema meteorológico sobre o oceano, que sopra ventos úmidos em direção a Alagoas e combate qualquer efeito que a massa de ar seco poderia vir a ter no estado.
O meteorologista ainda explicou que a umidade relativa do ar em Alagoas, especialmente em áreas mais litorâneas, possui números bons mesmo em seus dias mais secos. Maceió, por exemplo, atinge em média cerca de 50% a 60% de umidade durante períodos quentes, enquanto o nível ideal para o organismo humano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é de 40% a 70%.
Ainda assim, não significa que os alagoanos estão completamente isentos do calor e ar mais seco. Pinho ressalta que a tendência natural pela mudança de estação é que as temperaturas aumentem, considerando que “estamos saindo do tempo chuvoso e entrando no período mais seco do ano”.
Não apenas isso, como ainda há possibilidade, mesmo pequena, de a massa de ar seco ficar mais intensa e atingir Alagoas. Neste caso, combinado com a chegada do verão, regiões mais suscetíveis ao aumento de temperatura, como o Sertão e Agreste, podem atingir umidades relativas mais baixas, elevando o risco de queimadas e piorando a situação da seca no estado.
Em caso da chegada da massa de ar seco, o meteorologista explica que há medidas que podem ser tomadas para diminuir seus efeitos. “As pessoas devem tomar bastante água e evitar queimadas, evitar jogar bituca de cigarro, evitar queimar lixo, evitar queimada para limpar algum produto”, alerta Vinicius Pinho.
Apesar dos cuidados serem importantes, é improvável que Alagoas seja anormalmente afetada por esta onda de ar seco, como vem acontecendo em outros estados brasileiros. Os alagoanos podem esperar que o verão ocorra como sempre: muito quente, mas também com a umidade em níveis adequados para a vivência humana.
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