Há dois anos, as praias do Nordeste foram tomadas por mais de cinco mil toneladas de óleo de origem desconhecida. O Estado de Alagoas recolheu quase metade de todo óleo das praias atingidas do país, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama). Ao todo, foram retiradas 2,5 mil toneladas retiradas em Alagoas.
A primeira praia afetada em Alagoas foi a de Japaratinga, no dia 7 de setembro de 2019. No total, o óleo chegou a 128 praias de Alagoas. Foram elas: Barra de Santo Antônio, Barra de São Miguel, Coruripe, Japaratinga, Piaçabuçu, Passo de Camaragibe, Porto de Pedras, Roteiro, Jequiá da Praia, Marechal Deodoro, Maceió, São Miguel dos Milagres e Feliz Deserto.
A coordenadora da Pesquisa Ecológica de Longa Duração Costa dos Corais, Nídia Fabré, disse que Alagoas foi o estado mais atingido pelo óleo.
Dos municípios alagoanos, Japaratinga foi o mais atingido e Maragogi, o segundo.
Nídia disse que com relação a costa dos corais, não foram encontrados indícios de ingestão de óleo nas tartarugas marinhas.
“Não houve efeito prejudicial a curto prazo para os corais na área estudada”, disse Nídia.
Porém, segundo ela, o maçunim e o peixe donzela apresentaram estresse oxidativo, neurotoxidade e genotoxidade.
“São necessários mais estudos para verificar se são realmente decorrentes do óleo. O maçunim é importante para a segurança alimentar e econômica das comunidades tradicionais locais”, concluiu a professora.
Até hoje não se sabe a origem do óleo, nem a causa do derramamento do óleo. O relatório da Marinha apontou apenas alguns navios suspeitos, mas sem concluir sobre qual teria sido. Há um inquérito aberto há quase dois anos na Polícia Federal, sem conclusão ou mesmo previsão de desfecho.
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