De acordo com dados do o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em Alagoas, 18,8% da população economicamente ativa está sem trabalhar, o que representa uma das maiores taxas nacionais de desocupação.
Somando ao desemprego, os alagoanos estão tendo que enfrentar a alta da inflação e alta do valor da cesta básica que chegou no mês de setembro a 24% de aumento. E o resultado dessa alta de preços e desemprego tem sido o endividamento das pessoas.
De acordo com uma Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) realizada pelo Instituto Fecomércio AL, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), demonstra que somente nos últimos seis meses, mais de 37 mil pessoas contraíram algum tipo de dívida, chegando a 71,2%; o maior percentual de endividamento dos últimos 16 meses e, consequentemente, de 2021.
“Estes números representam uma perda real no poder de compra da população e uma alta de 24% na cesta básica das famílias, afetando, principalmente, a população de renda mais baixa”, analisa Victor Hortencio, assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL).
Percentuais
Na comparação mensal (ago/set), o percentual de endividados subiu 3,48%, passando de 68,8% para 71,2%. Em números absolutos, isso representa um acréscimo de 8 mil pessoas, saindo de 208 mil para 216 mil endividados. “É um cenário que acompanha o ritmo nacional. Uma pesquisa recente da CNC sinaliza que o total de endividados, em setembro, foi de 74%, repercutindo um aumento de 1,5% em relação a agosto”, avalia Victor.
Seguindo a tendência de maior endividamento, o percentual de famílias com dívidas em atraso teve um incremento de 12 mil inadimplentes nos últimos seis meses, saltando de 46 mil pessoas, em abril, para 58 mil em setembro. Esse crescimento equivale a uma variação de 26% ou 4,1 pontos percentuais (p.p.). Na comparação mensal, 831 maceioenses passaram à situação de inadimplentes, uma alta de 1,43%.
Uma noção do quão elevado se encontra o nível de endividamento na capital alagoana pode ser percebida pelo fato de que mais de 59% das famílias estão com 30,1% da renda comprometidas para pagarem dívidas que oneram o orçamento por um período médio de três a seis meses, como compras parceladas ou financiamentos. “É válido lembrar que o aconselhável é comprometer, no máximo, até 30% da sua renda, evitando transtornos na condução da saúde financeira e do orçamento familiar”, reforça o economista.
Dentre os meios de endividamento, o cartão de crédito permanece como o principal fator gerador de dívidas, tendo sido utilizado por 98,2% dos consumidores, colocando o maceioense acima da média nacional de 84,6%, conforme pesquisa da CNC. O carnê, que há alguns anos encontrava-se quase em desuso, ocuparam a segunda posição com 22,6% da preferência.
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