A cana ocupa uma área de mais de 320 mil hectares no Agreste, na Zona da Mata e nas regiões de Tabuleiro, do litoral de Alagoas, mas a crise na produção de açúcar e álcool provocou o fechamento de cinco, das 24 usinas do estado. Por isso, a área plantada começa a encolher e a dar lugar a outros cultivos.
Não é que a cana tenha deixado de ser viável para os produtores, mas há uma mudança de comportamento: uma aposta no fim da monocultura. Tem gente plantando eucalipto, outros agricultores apostando no milho e até na soja, em áreas onde antes só se via cana.
Everaldo Tenório é produtor de cana em Campo Alegre (AL) e de soja em Redenção (PA). No ano passado, não teve mais dúvida e passou a cultivar soja.
As 120 toneladas colhidas na área experimental de 50 hectares foram exportadas para a Rússia. “Isso é uma alternativa fantástica”, avalia.
O milho também está conquistando espaço em meio às plantações de cana nas terras alagoanas. A produção que, em 2014, não passava de 30 mil toneladas dobrou no ano passado.
Antônio Brandão, que é avicultor e suinocultor em Cajueiro, na Zona da Mata, já estava cansado de pagar caro pela ração e o frete, ele também decidiu aproveitar a oportunidade de baratear os custos.
“Nós temos um núcleo produtor de aves, de suínos, de ovos, e a gente compra todos os insumos da produção da ração em outros estados. Então esse dinheiro poderia ficar circulando aqui dentro do estado, se a gente começar a desenvolver a cultura de grãos aqui. Agrega valor a produção do nosso estado”, diz o avicultor Antônio Brandão.
Uma comissão técnica ligada à secretaria de Agricultura de Alagoas mapeou a área com vocação para o cultivo de grãos, como o milho e a soja. Em torno de cem mil hectares ocupados pela cana podem ser aproveitados para outras lavouras.
Globo Rural
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