A demissão de quase mil vigilantes motivou uma audiência na tarde de ontem, 03, no Ministério Público do Trabalho (MPT), entre representantes do Sindicato dos Vigilantes de Alagoas (Sindvigilantes) e do governo do Estado. Segundo informações do Sindicato, a categoria entrou com uma representação junto ao MPT denunciando o governo do Estado por substituir os profissionais por reeducandos do Sistema Prisional alagoano.
O presidente do Sindvigilantes, Cícero Ferreira, alegou que “o governo não pode jogar centenas de trabalhadores na rua apenas porque quer reduzir custos. O estado não é uma empresa que visa ao lucro”. O Sindicato ainda pretende apresentar provas de que há pessoas sem a devida qualificação realizando o trabalho de vigilância patrimonial.
Outro lado
Em entrevista ao CadaMinuto, George Santoro, secretário da Fazenda – um dos representantes do governo na audiência – negou que o Estado esteja contratando reeducandos para o trabalho de vigilante. Segundo ele, os reeducandos realizam várias tarefas nas secretarias, menos a de vigilância.
Santoro destacou ainda que, em vários casos foi constatado que não é necessária a presença de homens armados nos prédios públicos, sendo a vigilância armada, substituída pela vigilância eletrônica.
“A gente esclareceu de forma muito tranquila que não estamos fazendo isso. Na verdade, a gente tomou uma decisão administrativa e se desfez da vigilância armada por questões de gastos desnecessários, pois aqui no prédio da Fazenda, por exemplo, temos movimento de 24h por dia e temos câmeras de monitoramento eletrônico”, explicou.
Santoro ainda falou sobre o novo modelo de vigilância adotado no Estado. “Estamos há seis meses praticamente com esse novo modelo. Não houve nenhum incidente, nenhum problema. A gente não trocou os vigilantes por reeducandos, nós mudamos o sistema de vigilância”, contou.
Por fim, o secretário declarou: “Estamos passando por uma crise econômica, Devemos nos adequar a realidade econômica do país e essa foi uma das saídas. Entendemos que o Sindicato perdeu alguns trabalhadores, mas não adianta eu deixar eles aqui e não pagar ninguém por falta de caixa”.
O MPT concedeu um prazo para que o Governo de Alagoas apresente alguns documentos relativos ao convênio entre as secretarias e o Sistema Prisional para o emprego da mão-de-obra dos reeducandos.
Fonte: Cada Minuto
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