O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) requisitou, nesta quinta-feira (16), à Delegacia-Geral da Polícia Civil, a instauração de um procedimento investigatório criminal para apurar a suposta ocorrência de crime de infração de medida sanitária supostamente praticado pelo gestor do Mercado da Produção de Maceió.
O pedido foi feito depois da divulgação da morte de um trabalhador que atuava no Mercado diariamente, e que foi a 5ª vítima por covid-19 no estado de Alagoas. Segundo o que foi observado e denunciado, o mercado da produção concentrou uma aglomeração de consumidores durante a Páscoa e a preocupação é que o homem possa ter contaminado várias outras pessoas.
Segundo os promotores de justiça Bruno de Souza Baptista e Sandra Malta, tal requisição levou em consideração “o recebimento de notícias, via imprensa, de ocorrência de intensa aglomeração no referido mercado, sem qualquer organização por parte da administração do estabelecimento, mesmo após o recebimento de instruções para se evitar esse tipo de aglomeração e realizar o correto procedimento de higienização, gerando risco concreto e efetivo de contágio pelo COVID-19”.
No ofício nº 03/2020, o Ministério Público solicitou que, o mais breve possível, seja enviada uma equipe da Polícia Civil ao Mercado da Produção para que, constatando que tal situação ainda permanece, seja lavrado um termo circunstanciado de ocorrência contra a administração do estabelecimento.
O documento foi enviado ao delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira.
O TNH1 entrou em contato com a administração do mercado da produção, que não quis se pronunciar. A Secretaria de Comunicação de Maceió ficou de enviar uma nota sobre o assunto.
5ª vítima
A Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) confirmou, nessa quarta-feira (15), mais um óbito por Covid-19. No boletim divulgado pelo órgão, o prontuário confirmou se tratar de um homem de 48 anos, que trabalhava no Mercado da Produção. Ele foi o 5º paciente morto em razão da contaminação pelo novo coronavírus.
A vítima chegou a ser internada, na última sexta-feira (10), no Hospital Veredas. Depois, ela foi transferida, na última segunda-feira (13), para a UTI do Hospital da Mulher Dra. Nise da Silveira, onde permaneceu com ventilação mecânica até a sua morte. O açougueiro evoluiu para uma síndrome respiratória aguda grave e morreu em razão da falência múltipla de órgãos e parada cardiorrespiratória, segundo informações repassadas pela Sesau.
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