A jovem Emanuely Javarotti, de 24 anos, tem idade para trabalhar e não é funcionária de nenhuma empresa já há mais de um ano. Ela teria o perfil para fazer parte de uma estatística divulgada na terça-feira (15), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre desemprego em Alagoas.
Segundo o estudo, havia 145 mil alagoanos em idade de trabalhar e sem ocupação alguma, mas procurando emprego, no último trimestre de 2015. Os números são da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio Contínua (PNAD Contínua).
Mas a farinha de trigo, o fermento, a margarina e muito açúcar foram os ingredientes encontrados por Emannuelly para driblar a falta de emprego. A receita, segundo ela, também foi largar o medo e partir para o ramo de doces e salgados. Estabelecida com a confeitaria “Cozinha da Manu”, ela já pensa em contratar outras pessoas para ajudar no negócio.
Postagens criativas no perfil da confeitaria nas redes sociais atraem curtidas / Foto: Arquivo Pessoal
“Eu terminei a faculdade, passei um tempo sem ocupação alguma e sem renda. Aí, comecei a investir no ramo e hoje já tenho minha clientela e ainda trabalho em casa”, comemora.
“Achei que estava sem saída”
Outra que encontrou alternativa para deixar a estatística do desemprego foi a ex-auxiliar de serviços gerais Rozilda Sampaio. Em setembro do ano passado, o contrato da empresa onde trabalhava não foi renovado. Desesperada após três meses da demissão, ela viu o orçamento apertar e resolveu investir na compra de bijuterias para revenda.
Rozilda apostou na revenda para voltar a ter renda
“Eu achei que estava sem saída, mas aí veio a ideia e eu resolvi arriscar. Comecei vendendo primeiro para os vizinhos e foi dando certo. Não digo que ganho muito, mas o suficiente para ajudar a renda aqui em casa”, diz.
Economista diz que é preciso cautela
Embasado na pesquisa do PNAD, o economista alagoano Edmilson Veras diz que nem tudo são flores ao tentar investir em um negócio próprio, principalmente em tempos de crise.
“Diante de tudo que está acontecendo, o cenário dos próximos meses, não só em Alagoas, mas em todo o Brasil pode ser considerado incerto e preocupante. Não temos muita saída”, acredita.
Ainda de acordo com Veras, para além de uma crise financeira que desencadeia a não geração de empregos e alto número de pessoas sem ocupação, outros fatores, nos próximos meses, podem contribuir para o aumento no número de pessoas que vive sem gerar renda alguma.
“Nós temos três tipos de crise: a primeira é a econômica, e só resolvendo esta é que o cenário pode melhorar. A segunda é a crise política e a última é a ética”, diz.
Renda média do trabalhador alagoano
Apesar da crise, a pesquisa revela que a renda média do trabalhador de carteira assinada do setor privado, em Alagoas, teve alta comparando o último trimestre de 2015 com o mesmo período de 2014, passando de R$ 1.150 para R$1.199.
Já o grupo de trabalhadores do setor privado sem carteira enfrentou uma situação diferente. Uma queda no salário de R$814 para R$680.
Fonte: TNH
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