O Ministério da Saúde (MS) informou que o número de casos de microcefalia tem reduzido periodicamente em Alagoas. Dados do último boletim epidemiológico do órgão, indicam que foram 84 casos confirmados, 220 descartados, 358 notificados como suspeitos e 54 estão sob investigação. O Estado ocupa o 10º lugar no ranking do país de casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita.
Na 1ª posição aparece Pernambuco com 394 casos confirmados, seguido da Bahia com 349, Paraíba com 188, Maranhão com 159, Ceará com 150, Rio de Janeiro com 149, Rio Grande do Norte com 141, Sergipe com 128, Piauí com 100 e Alagoas com 84. Os demais estados indicam números inexpressivos se comparados com os citados acima. A região Nordeste foi onde houve mais registros de casos confirmados totalizando 1.693.
O Ministério da Saúde comunicou ainda que, até 12 de novembro, foram confirmados 2.159 casos de microcefalia, bem como de outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita. Permanecem em investigação pelo Ministério da Saúde e pelos estados 3.115 casos suspeitos de microcefalia em todo o país.
A Secretaria de Estado de Saúde (Sesau-AL) disse que o MS constatou que houve queda no número de casos confirmados de crianças com microcefalia. “No relatório mensal atual percebe-se essa redução tanto nos casos confirmados quanto nas notificações. Há um decréscimo, porém o relatório não coloca o mês a mês como o da dengue, por exemplo; o relatório é sistêmico e total desde novembro de 2015. Até o momento foram 84 casos confirmados. A cada mês o número de notificações está sendo menor, exemplo, em outubro foram dois e este mês um”, explicou a assessoria de comunicação.
O Ministério ressalta que está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central informados pelos estados, além da possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.
De janeiro a outubro deste ano 8.009 pessoas foram diagnosticadas com zika em todo o Estado de Alagoas. Vale lembrar que o decreto do Estado de Emergência em Saúde Pública Nacional pelo Ministério da Saúde (MS), aconteceu a partir de novembro de 2015, e de janeiro a outubro do ano passado, foram notificadas 282 casos do vírus.
Maceió
Em Maceió, até 18 de novembro foram recebidos 93 casos suspeitos de microcefalia por infecção pelo vírus Zika residentes na capital, destes, 45 foram descartados e 28 foram confirmadas como microcefalia; possivelmente relacionada ao zika vírus; houve registro de um óbito.
Para diminuir ainda mais as ocorrências, a Sesau vem tomando medidas pertinentes para combater o Zika e a microcefalia, intensificando as capacitações dos agentes de endemias municipais, prestando assistência técnica aos municípios, realizando mutirões, atuando em parceria com a Defesa Civil Estadual e disponibilizando o aplicativo ‘Juntos pela Saúde’ para que a população denuncie focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor de dengue, zika e chikungunya.
Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza mensalmente a “Ciranda do Cuidado”, grupo de apoio às mães e pais de bebês com microcefalia. Nos encontros, são promovidas palestras com especialistas, orientações e dinâmicas pertinentes aos cuidados diários, cuidados médicos e direitos que mães e bebês portadores de microcefalia possuem. O projeto existe a pouco mais de um ano.
A Sesau informou que cabe ao Estado atuar para fazer o diagnóstico das crianças com suspeita da anomalia e encaminhá-las para fazer o tratamento nos Centros Especializados em Reabilitação (CERs). Em Maceió, o acompanhamento inicial após a confirmação da doença acontece no Hospital Hélvio Auto, no bairro do Trapiche da Barra, dois dias na semana – quartas e quintas a partir das 15h.
Jonathan Davi e Debora são pais de uma menina de 8 meses que nasceu com microcefalia. Ele conversou com a reportagem e aproveitou para agradecer ao apoio da SMS logo após o diagnóstico. “A Secretaria foi quem nos procurou e teceu toda a assistência à nossa filha, que foi encaminhada e é acompanhada na APAE [maior rede de atendimento integral à pessoa com deficiência no Brasil]. Graças a Deus, a nossa filha está reagindo bem aos estímulos da fisioterapia, essa é a rotina diária dela, apesar do quadro de evolução da microcefalia não ser igual ao de uma criança da mesma idade, ela progredi bem”, contou.
“Minha esposa fez o teste para saber se teve Zika e deu negativo, assim também como na nossa filha. No caso da Debora foi Toxoplasmose na gestação, mas segue mesmo assim ainda em investigação”, observou.
Fonte: Tribuna Hoje
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