Após o fim da greve dos bancários, que durou 31 dias, a reabertura dos bancos deixou agências lotadas em Alagoas nesta sexta-feira (7). Pouco antes do funcionamento dos bancos, por volta das 10h, muitos clientes já formavam fila.
Em uma das agências que a equipe do G1 visitou em Maceió, o atendimento começou em horário especial. Segundo uma funcionária do banco, que não quis se identificar, por volta de 8h30, o atendimento já começou a ser realizado.
“A agência não estava comportando a quantidade pessoas dentro do banco, então começamos a atender mais cedo”, disse a funcionária.
O servidor público Felippe Lima, 26, foi uma dessas pessoas que buscou o atendimento. “Estou com problema no meu cartão desde o mês passado e sem acesso ao internet banking, então tive que vir aqui pra ver se consigo resolver esse problema”, explicou.
O cliente José Paulo contou que precisa dar entrada no seu seguro desemprego e estava impossibilitado desde o final de setembro. “A empresa que eu trabalhava fechou e tinha que dar entrada no meu seguro desemprego. A situação estava complicada. Felizmente eles começaram a atender antes do horário normal. Não seria justo, depois desse tempo todo parado, atender em horário normal”.
Os bancários decidiram retomar as atividades em uma assembleia na noite de quinta-feira (6). A proposta aprovada pela categoria contempla reajuste de 8% nos salários em 2016 e abono R$ 3,5 mil. Além do reajuste de 10% no vale refeição e no auxílio-creche-babá, além de 15% no vale alimentação.
A greve dos bancários perdurou por quatro semanas em Alagoas. Segundo o sindicato dos bancários, mais de 90% das agências ficaram fechadas em todo o estado.
Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Alagoas, Jairo França, o estado foi o que teve maior adesão a greve. “A greve em Alagoas foi a maior do Brasil, com 100% de agências fechadas em Maceió e 80% no interior. Essa não é a proposta dos sonhos, mas é a que nós conseguimos. Nós avaliamos 30 dias de greve e vimos que as negociações não avançaram”, falou.
Greve
Os trabalhadores cruzaram os braços no dia 6 setembro para cobrar reajuste salarial Na última quarta, os bancários se reuniram com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas o encontro terminou sem acordo, e os grevistas decidiram manter a paralisação.
Negociação
A categoria havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban – de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil.
A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.
Na ocasião, os sindicatos alegam que a oferta não cobre a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário.
Os bancários pediam reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.
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