Além do transtorno, o acúmulo de corpos de pessoas sem identificação no Instituto Médico Legal de Maceió gerou um impasse do órgão com a prefeitura. Isto porque a Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes) justificou que os sepultamentos de indigentes na capital não estão acontecendo por suspensão do IML. O instituto, por outro lado, rebateu a versão e revelou que a repartição municipal tem se negado a realizar o procedimento.
Nessa segunda-feira (18), foi divulgado que cerca de 150 corpos estão acumulados nas geladeiras do IML de Maceió. O problema motivou uma reunião entre representantes do Ministério Público de Alagoas (MPAL) e da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), responsável pela gestão do instituto. Do total, seriam mais de 60 corpos procedentes da capital e que, na prática, já deveriam ter sido enterrados, mas ninguém apareceu para reivindicá-los.
Uma das medidas acordadas na discussão dessa segunda foi tratar o assunto diretamente com os municípios para que eles criem possibilidades para sepultar os corpos de pessoas que são naturais destas cidades.
Em nota, a Sudes informa que ainda não foi notificada pelo MPAL a respeito do assunto. O órgão reitera que continua disponibilizando, desde o ano passado, cinco vagas semanais, sendo um sepultamento por dia, para pessoas indigentes nos cemitérios de responsabilidade da Administração Municipal.
O órgão afirmou, ainda, que o IML tentou alterar a forma inicial do acordo, sepultando cinco cadáveres em um único dia da semana, o que se mostrou inviável, após tentativas do Município, sendo necessário retornar ao que foi combinado inicialmente. Ressalta, também, que cedeu um espaço em um dos cemitérios para que o IML construísse as áreas de sepultamento com seu próprio recurso, mas, até então, não teve retorno da proposta.
Em entrevista à imprensa, a chefia especial do IML esclareceu que a intenção do órgão é resolver o impasse o mais rápido possível para desafogar o trabalho dos funcionários. Recentemente, um dos refrigeradores utilizados para guardar os cadáveres quebrou, potencializando o transtorno, que já era enorme. O aparelho ainda não foi substituído ou consertado.
Acerca da versão apresentada pela Sudes, o instituto negou que tenha suspendido os sepultamentos e passou a responsabilidade para a prefeitura, a quem acusa de negar os pedidos (todos eles formalizados via e-mail ou por documentos físicos).
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