Nesses últimos dias fico observando as crianças brincarem pelas ruas, nas praças, nas escolas e nas comunidades por onde passo diariamente, quer seja a trabalho, passeio ou nas coberturas jornalísticas.
Fico imaginando o que o futuro reserva para cada um desses pequenos membros da sociedade dita “civil” e “organizada”. As perspectivas de cada uma; o que vivenciam em suas comunidades e no seio familiar.
Quando as vejo brincando no intervalo escolar por exemplo, observo que pelo menos por um instante elas se ocupam no que lhes é de direito.
Digo isso porque muitos são de famílias carentes. Não que isto implique em tristeza, falta de opções, não. Toco neste assunto pelo fato de que infelizmente nas comunidades menos favorecidas pelo poder público, como é o caso das periferias, encontramos justamente os grandes problemas sociais como o analfabetismo, desemprego, falta de moradia digna e, principalmente, o submundo das drogas.
Este último aliás está presente em todos os lugares, mas justamente onde ele não encontra resistência por parte de ações efetivas para combatê-lo, acaba fazendo mais vítimas a cada ano.
Essa é uma realidade geral. O Brasil todo vivencia estas situações, embora, acredito eu, não se pode simplesmente achar que porque o problema é geral que devemos tratá-lo banalmente.
Também acredito que pobreza não deve ser sinônimo de mal caminho. Eu , meus irmãos, amigos de infância e tantas outras pessoas da minha época, tivemos uma infância miserável em termos econômicos, mas nem por isso trilhamos o caminho errado. Nem por isso deixamos de nos divertir, confeccionando nossos próprios brinquedos, feito com sucatas.
Meus pais, que Deus os tenham em um bom lugar, eram semi-analfabetos mais nem por isso deixaram de se preocupar em educar-nos.
Porquê? Porque eles acreditavam que só com educação era que poderíamos seguir um caminho melhor que o deles. Que poderíamos criar expectativas melhores de futuro. Que conseguiríamos alcançar um patamar melhor. Eles apostaram e deu certo.
Hoje, com tantas mudanças na sociedade, ainda me pergunto se isso é possível. Se é possível educar as crianças naqueles padrões, mesmo para aqueles pais que possuem melhores condições financeiras. Se é possível preparar seus filhos para um futuro promissor.
Um futuro que, mesmo que não seja o que se imagina, mas que pelo menos seus filhos não enveredem pelo caminho do crime; das drogas ou da prostituição.
Volto para o presente; volto a observar as crianças brincarem e torno a me perguntar. É possível acreditar em um futuro melhor?
André, acredito que seja possível sim aceditar em um futuro melhor. Só que para isso é necessário arregassar as mangas e entrar na “BRIGA” com o poder público, no intuito de trabalhar mais o analafabetismo, envolver a Secretaria de Assitência Social, Educação, segurança, etc. Pois, com todos trabalhando de mãos dadas,quem sabe essa semente pode germinar, crescer e dá bons frutos. Você está de parabéns pela preocupação enquanto cidadão deodorense.